domingo, 5 de abril de 2015

Sobre "ser mãe".....


E, eu estava com meus botões pensando esses dias sobre o que seria "ser mãe".... Tanta gente tem tantas frases lindas e maravilhosas sobre o que é ser mãe; quando falam fazem parecer algo divino; postam fotos nas redes sociais de "pura" alegria, mas então, olho em volta e me pergunto se muitas dessas mães, que dizem coisas tão maravilhosas sobre a maternidade, que tiram fotos dos filhos e escrevem na legenda "razão da minha existência"....se, realmente são boas mães para seus filhos ou, se, apenas vivem na utopia e/ou hipocrisia do que é "ser mãe"!

Bom, claro que vou aqui, falar da minha experiência e dos meus achismos sobre a maternidade e, quem vir a ler pode não concordar, ou pode achar que tem uma carapuça por aqui.....enfim, como tudo que escrevo aqui, são apenas pensamentos (meus).....não leve para o lado pessoal....reflita!
Quando eu era apenas professora dos filhos de muitas mães por aí, observava algumas situações e me dizia: "isso eu nunca vou fazer!"; "poxa que legal, quando tiver um filho farei assim!"; "nossa que tipo de mãe faz isso...."; "caramba, essa mãe é muito dez...."; e por aí vai. Apenas lembrando que, ser professora, na minha opinião, não é ser segunda mãe do filho de ninguém, ser professora sempre foi ser exemplo, dar exemplo, ser democrática, dialogar, ensinar sobre a vida e, ter muito amor e carinho no ato de ensinar....E, um dia, a professora virou mãe!

Antes de me tornar uma mãe com um bebê nos braços, eu ouvi muitas e muitas coisas do que sentiria ao me tornar mãe. MUITAS MESMO com o bebê no ventre! Claro que tem aquelas frases padrão: "Aproveita enquanto está na barriga, você vai sentir falta"; "Aproveita enquanto pode ficar no seu colo, você vai sentir falta": "Aproveite cada fase, você vai sentir falta".....SIM, E ISSO É tudo VERDADE, EU SINTO FALTA.... Todo dia que passa e vai embora, praticamente, me deixa um pouco de saudade, porque acho natural sentir saudades de algo que gostamos muito....e eu gosto de ser mãe! Se eu pudesse andava com uma câmera ligada na minha cabeça para gravar e guardar todos os momentos que vivo diariamente com minha filha (falas, manhas, carinhos, choros, descobertas, curiosidades, etc....), mas não dá! 

No meu conceito do que vem a ser a frase "ser mãe", estar presente, estar junto, participar, ser responsável, educar, ensinar valores, falar sobre respeito, são alguns conceitos que constroem a maternidade (e, a paternidade, não vamos esquecer!). Quando me vejo mãe, também me vejo professora, educadora, só que com uma responsabilidade ainda maior....dar muito amor e muito carinho. 
Depois que me tornei mãe, confesso que me incomodo muito mais com algumas atitudes (ou com muitas) de algumas mães (e pais); muito mais do que me incomodava quando era apenas professora. Acho que quando se planeja a vinda de uma criança ao mundo, devemos estar cientes de tudo que isso irá "provocar" em nossas vidas. E, também, quando a vinda do bebê não foi planejada (mas, há condições para o cuidado da criança) há que se ter tanta disponibilidade e responsabilidade quanto no caso anterior. Ser mãe e pai, HOJE, para mim (e, meu marido também pensa assim), é estar disponível! Disponível para amar, cuidar, brincar, fazer tarefa, falar de forma correta, oferecer uma alimentação saudável, ensinar o certo (porque o errado, inevitavelmente, a criança irá reproduzir, infelizmente, em algum momento), tudo, tudo dentro do que for possível. 
Tudo o que a criança faz, ou se torna, tem 90% dos dedos dos seus pais nos primeiros anos de suas vidas. Com o tempo essa porcentagem (de dedo de mãe) vai diminuindo, a medida que a criança vai sendo preenchida com valores e conceitos sobre a vida e, vai tendo a capacidade de discernir entre certo e errado, capacidade para resolver problemas mais complexos, etc..... Mas, o dedo da mãe está ali....sempre! Se você deixa seu filho se alimentar mal, isso terá um prejuízo para a saúde dele (COM CERTEZA!) - e, criança que come muito doce e bebe muito refrigerante, fatalmente dormirá pouco, não vai querer outro tipo de alimento (saudável, no caso) e, poderá ter transtornos que envolvam sua personalidade. Além disso, se você permitir que seu filho "mande" na casa, ele irá mandar, claro! Quem não quer vida de rei? E, uma criança (e, falo de crianças mesmo no geral....(bebês, crianças e nossos pequenos adolescentes), bem, uma criança não pode comandar a rotina de uma casa, a alimentação de uma família, os horários de sono, a TV, o computador. Crianças tem que ter rotinas e regras....e isso se aprende desde bebê! Ah, você pode pensar: mas isso é muito rígido? E, eu digo: de forma alguma! Claro que as pessoas (dos dias de hoje), geralmente me veem como um monstro que não deixa a filha comer doce e não dá refrigerante para beber. De fato não! Acredito que minha filha não precisa tomar essas decisões agora. Na verdade, para mim "ser mãe" (e boa mãe, diga-se de passagem) é tomar as melhores decisões para a minha filha, enquanto ela não tiver maturidade o suficiente para isso. Quanto mais eu puder oferecer coisas boas para ela agora, acredito que no futuro ela possa tomar melhores decisões para si mesma. Então, ela come apenas o que tem em casa para comer; sendo assim, não bebe refrigerante, come doces esporadicamente e se alimenta muito bem, obrigada!

Outra coisa me incomoda muito nessa minha vida de observações de pais que NUNCA vão servir de exemplo bom para mim: deixar o filho de lado. O que seria isso afinal? Bom, quem deixa o filho pra lá, ou de lado, muito frequentemente não percebe que faz isso, mas é aquela coisinha que eu disse antes de 'estar disponível' e, tem muita mãe aí que, sem sombra de dúvida, só está disponível para si mesma e, bem longe de ter disposição para ser mãe! Normalmente são pseudo mães - um tipo comum que coloca apenas o nome no RG do filho e vez ou outra faz alguma coisa por ele. Tente observar, e verá muitas ao seu redor: vivem no celular, estão sempre ausentes, compram roupas e acessórios apenas para elas e, se preocupam muito pouco ou quase nada com educação e alimentação da criança.

Para piorar, tem aquelas mães que falam com a criança como se fossem adultos!! Eu tenho um caso assim do lado de casa. Ouço os pais falarem com a criança de 4 anos e acho que tem 18 anos e, sem esquecer, numa linguagem tão chula: "mano, olha essa bagunça!". Quando ouço isso, fico doida da vida e me pergunto se a criança não tem um nome mais bonito que "mano", "nego", "cara"....Para que dar um nome né!? Ah, já sei, para os momentos de hipocrisia!
Estou escrevendo (altas horas da noite, inclusive), pois estou mais do que incomodada, estou mesmo chateada com essa coisa de "ser mãe". Não! Não chateada comigo em efetivamente colocar em prática o que eu penso sobre ser mãe, mas chateada com as pessoas que ficam ai cheias de julgamento a meu respeito (e, minhas atitudes já viraram até conversa de rodinha) e, não olham suas péssimas escolhas para os próprios filhos. Eu realmente sou chata em relação ao que minha filha come, mas ela não morre de fome, ao contrário disso, come bem e, não deixa de comer o que eu julgo ser 'porcaria'. Sim, ela dorme no quarto dela e, eu não me sinto uma mãe ruim por deixá-la lá e, seguir minha vida noturna em meu quarto junto do meu marido. Eu faço muitas coisas com ela e, fico super de olho (prefiro mesmo ela em meu campo de visão), pois acho que isso é o que reforça nossos laços, é também o que dá segurança a ela e, ao mesmo tempo o que permite que ela tenha autonomia; até porque tem aquele ditado que diz: gato com muitos donos morre de fome. E, criança pequena não deve ficar sozinha quando está acordada. Mas, enfim, estou chateada sim; chateada por essas mães que não se preocupam, que participam pouco, que gritam e batem em seus filhos gratuitamente, que os alimentam mal, que são excessivamente permissivas, que trocam a criança pelo celular ou uma balada, que xingam.....as mães INDISPONÍVEIS, que parecem ter a melhor relação mãe-filho no Facebook. E, como professora e mãe, eu digo, se for para ser indisponível (que seja), mas não interfira no trabalho e na vida de quem quer ser DISPONÍVEL. O respeito já é um dos valores que talvez você precise ensinar ao seu filho. E, o respeito, se bem aplicado dentro de casa, já com as pessoas que vemos todos os dias e que nos amam, terá sua efetividade fora....para o mundo!    
Acho que isso é apenas um pouco do que penso sobre "ser mãe". Eu poderia me perder em mil coisas maravilhosas que descobri na maternidade, as poucas dificuldades diante de tantas maravilhas, mas quem me conhece sabe a revolução que ser mãe causou em mim e, se você que não me conhece, estiver disposto a me conhecer melhor, verá que sou uma boa mãe e, isso entre eu e minha filha, me basta. Agora, o dia em que eu parar de me preocupar com mães e filhos afora, talvez eu tenha deixado de ser professora, ou deixado de existir! Ser mãe, agora, faz parte!!!!!!

Boa noite aos pensadores de plantão!!

Beijos da mamãe....



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