sábado, 17 de outubro de 2020

Luto - uma dor que sempre dói!

Ahhh vida....você tão cheia de explicações e tão inexplicável!!!

O luto, que a maioria de nós vai enfrentar na vida - sendo adultos, eu diria que todos - é uma dor que sempre dói, ou que dói sempre, ou ainda, que vai doer para sempre....é mais uma das provações de se estar neste plano e, vamos passar por ela....

Hoje o dia amanheceu triste, como há doze anos atrás! Histórias tão diferentes, mas tão semelhantes.... Mulheres cheias de vida, cheias de amigos, fortalezas... mães de terceira e segunda viagem, filhos com apenas dois meses, tão sedentos desse carinho de mãe e....ambas viraram estrelas, anjos, boas lembranças envolvidas por uma saudade que dói e, que vai sempre doer!!

O Pietro não se lembra da Paula, só sabe o que cada um sempre conta e lembra dela e, assim vai ser com o Lucca em relação a Isa. Hoje, Pietro tem doze anos e não sente a dor da perda da Paula. Talvez, sinta inúmeras outras coisas - a falta DESSA figura materna, a curiosidade por não ter tido a chance de conhecê-la, a falta de sentir aquele abraço que era só dela - mas, o luto, a dor de perder alguém tão especial, ele não sentiu como todos os demais. Ele também não tem memórias ou lembranças que possam alimentar esse luto e, sinceramente, não sei dizer se isso é bom ou ruim. 

A dor da perda será sempre carregada por todos aqueles que ficaram e tiveram a chance de conhecer e conviver; e cada um sabe a forma que a dor dói dentro do peito; cada um sabe o quanto a saudade afeta; cada um tem seu tempo pra enfrentar o luto. Datas especiais e comemorativas são, normalmente as mais difíceis, como o dia de hoje. O dia do adeus, até breve. O dia mais dolorido de todos!!!

Na minha concepção, aquilo que acredito, cada um de nós passa neste plano o tempo exato (e necessário) que deveria, nem mais e nem menos. A morte não é um castigo, senão poderia ser a vida, as vezes, considerada castigo (ou não?). A morte é uma "mudança de endereço", assim como a vida é uma "residência provisória" para todos nós. Mas, não deixa de ser dolorido, nunca vai deixar de ser dolorido.... A vida tem seus planos e, cada um de nós tem um plano que "atualmente" não compreendemos, mas que só fazemos parte dele para nossa própria evolução espiritual, para que possamos ascender....

Claro que eu acho que a vida podia ter uma regra que proibisse mães jovens de partirem e, que filhos pequenos e jovens não pudessem partir também, mas não tem! Essa regra não existe e, pessoas partem todos os dias e a gente precisa lidar com a perda, com o luto e com a dor de uma saudade arrebatadora. Eu sei que dói e, tanto sei que, nesse momento eu queria ter um super poder de tirar a dor de quem fica e, tem que lidar com a papelada, com as roupas no armário, com os itens colocados na estante do banheiro, com o cheiro no travesseiro, com as idas do bebe ao pediatra....mas, também não tenho esse poder, infelizmente!

Estar com a Paula e com a Isa neste plano foi um aprendizado para todos que as conheceram. Sem a Paula já estamos há doze anos e, já aprendemos a levar a vida sem ela - parece até frio escrevendo assim, mas não, a vida precisou seguir, especialmente, porque ela gostaria que tivesse seguido. Como eu disse, não sem dor, pois ainda dói, mas tivemos que aprender onde guardar essa dor e, cada um de nós guardou de um jeito. Agora, infelizmente, outras pessoas terão que aprender a "sentir saudade", mas por ora a dor de ter perdido a Isa será intensa,  está sendo intensa.

Paula tinha muita alegria, irreverência e muita luz própria e, assim eu via a Isa também. Paula era minha prima - imensamente querida - e, a Isa, a mãe - mais que descontraída - do Lô, amiguinho da Alice. Na minha vida neste plano - que conheci ambas - esse dia ficará marcado e vai sempre doer....sempre. Mas, vou canalizar minha energia, meus pensamentos para que ambas estejam bem em seus novos caminhos, que estejam com a mesma luz que brilhavam aqui no plano terrestre e, que cada vez mais as pessoas que ficaram/ficarão com a saudade, que possam ter como consolo a lembrança de tanta luz!  

Este texto, escrevo com muito carinho em memória de duas pessoas muito queridas, que iluminaram a vida de muitas pessoas por aqui, inclusive a minha - Paula 17/10/2008 e Isa 17/10/2020 (dia em que nos deixaram com saudade e foram brilhar em outro lugar).

Boa noite e bons pensamentos a todos....

Se quiser...faça uma oração....obrigada!

Imagem: dorcronica.blog.br

sábado, 23 de maio de 2020

"Ao amor a nudez, ao restante a couraça!"


"Ao amor a nudez, ao restante a couraça!"

Não é bem essa a frase, mas acho que é quase isso.... 
De novo, minha psicóloga colocando frases que não devo esquecer. Ela sempre me diz: "O dia do benefício é a véspera da ingratidão" - que eu fiz uma postagem ano passado nas redes sociais e, que por acaso reforça o quanto não podemos esperar que as pessoas sejam gratas por algo, ou como podem precisar de você num dia e desfazer no outro....das questões complexas que o ser humano em seu ímpeto de excesso de racionalidade, egocentrismo, individualismo e ausência de empatia expressa.....

Bom, mas voltemos à primeira frase tema da minha ultima sessão, que me orienta, nesse momento, a não expressar DIRETAMENTE o que penso e sinto; que me faz lembrar que preciso me resguardar não para não expor os outros, mas para não me expor; que me faz gritar por dentro pra tentar estar plena por fora - haja vista minha necessidade de colocar algumas coisas para fora, mas não poder fazer como gostaria....

Nesse sentido, prefiro refletir algumas coisas por aqui, escrevendo, para me lembrar disso, seja para aprender, seja para mudar ou reforçar ideias e valores. Sinta-se incluído/a nestas reflexões ou não, muitos bois não têm recebido nomes ultimamente ao meu redor, mas todos ganham o capim!

Quem não escuta - e tem dificuldade para isso - tão pouco vai ouvir uma explosão de berros, no máximo, vai apenas demonstrar algum medo e fingir que escutou. Cuidem de ouvir suas crianças e certifiquem-se que elas estejam ouvindo você.....deve ajudar a não enlouquecer nesses dias! 

Tenho visto muitos pais/mães cobrar "mais trabalho" de escola e professores/ras; outros cobrando menos atividade para fazer em casa - já que eles não são professores - e muitos destes pais surfando o dia todo nas redes sociais. Deixa o seu celular de lado e vai ficar com sua criança um pouco, talvez você reclame menos do professor ou da professora.....

A quarentena reforçou e estreitou laços entre adultos e crianças. Em algumas casas foi bom para ambos, noutras horrível para os pais e, numas o pesadelo para os filhos. Numas casas vencem os pequenos, noutras vencem os pais e algumas outras vence o celular, o tablet, o vídeo game. Deixo aqui o reforço: tenha tempo (pouco ou muito) de qualidade; deixa o seu celular de lado e vai ficar com a criança um pouco!

Aqui a mais velha estava com "direito adquirido" de poder falar com amiguinhos/as pelo whatsapp, pois sente muito a falta deles. Eu mandava msg para a pessoa adulta proprietária do celular (geralmente a mãe) - algumas estão, inclusive, em casa como eu, e perguntava se poderiam se falar....durante a ligação ela ligava para mais coleguinhas. Nestes excessos - de ligar pra Deus e o mundo, quando eu havia deixado falar com um ou dois - dei a ela uma punição: não poderia ligar, apenas receber chamadas por 2 dias. Já são quatro/cinco dias sem receber ligações. Fico pensando, ou eu e ela estávamos sendo inconvenientes de ligar, ou, os coleguinhas não sentem a falta dela como ela deles. Uma pena!

Quando a tecnologia está aí - inerente - e a gente ainda tem uma atitude negacionista em relação a ela, talvez seja bem provável que viva num delay. Tem gente com dois meses de atraso e não entendeu ainda que o mundo que elas viviam em março, agora em maio é outro. e, nunca mais será o mesmo. Se meu aluno de 83 anos conseguiu ter um smartphone e acompanhar uma aula online morando sozinho, talvez alguém com a metade da idade dele consiga ter uma rede social e acompanhar frutos do seu (também) trabalho.... Ou, vai optar pela negação e manutenção do delay!

Pude observar também, nesse tempo, que quem passou anos fazendo feijão com arroz, pode ser que saia desse isolamento fazendo feijão com arroz, seja por um mal hábito muito arraigado, seja por falta de conteúdo/conceito. Talvez, poucas pessoas saiam melhores, ou mais interessadas, ou mais [qualquer coisa boa que possa ser/ter].... Na minha área, especificamente - educação física - tenho notado o tamanho da nossa importância nesse período e, a enorme brecha que a gente conseguiu para se mostrar importante e "eficiente" - até fomos considerados essenciais, vejam só! Academias, grande vetor para proliferação de vírus, foi considerado serviço essencial, que maravilha!!!! Mas, vamos esquecer a proliferação do vírus - já diz o presidente "só uma gripezinha" - e focar na nossa atuação. Quanta gente que não precisaria estar se "expondo" nas redes sociais.... Minha filha de sete anos teve aula de postura com figuras, alongamentos (sem exemplos visuais) e dribre/arremesso de basquete - fiquei pasma com o método. Vi dono de academia se preocupando com quem vai no estabelecimento (pago!!) e pouco preocupado com quem optou por seguir o isolamento e ficar em casa. Gente falando e dando exemplos ruins durante suas aulas ao vivo. Gente falando pra ficar em casa, fazendo o exercício fora de casa....essa minha profissão (que tanto amo) as vezes me entristece.... 

Agora, para quem tem uma casa confortável, carro, água encanada, consegue comprar comida pelo ifood, tem educação particular, está recebendo seu pagamento (em home ou não), com comida no armário e na geladeira que se acha "guerreiro/a", ou que está "tirando leite de pedra", ou se sentindo prejudicado/a pelo fato de ter que ficar em casa com crianças fazendo os afazeres domésticos.... faz esse exercício de mentalização: imagine como vai ser daqui 10 anos a vida de uma criança preta, pobre da periferia/favela que mora com 8 pessoas em dois cômodos; sem água pra lavar as mãos; que vai perder a vó para o COVID e, possivelmente mais alguns ao seu redor; a criança que a mãe não consegue o auxílio emergencial, porque está há dois meses "em análise"; que está sem qualquer possibilidade de fazer aula remota; que vai perder o irmão mais velho pra violência de uma polícia opressora, VISUALIZOU? Essa criança, "SE" chegar lá na frente com a minha filha aos 18, essa sim será uma vitoriosa e, não a minha filha, que está aqui, confortavelmente acolhida em casa, mesmo com as loucuras de home office do pai, aulas gravadas e online da mãe, demandas domésticas, escola online....etc etc etc. Eu espero que as minhas duas filhas aprendam, com tudo isso, a dar valor à liberdade e a todo o conforto que elas têm; que elas saibam e reconheçam lá na frente (começando por agora) a infinidade de privilégios que elas possuem, mesmo sendo crianças em isolamento. As privações delas, são infinitamente menores do que as de muitas por aí!  

Essa frase quem disse foi meu marido, não foi exatamente assim, essa era a ideia - "as prioridades das pessoas mudam de acordo com o número de pessoas olhando". E, em plena quarentena, em meio a um home office sem cobranças ("sem obrigações"), as redes sociais explodindo de gente pra frente, pró ativo/a, programações full por todos os lados, me vejo numa frustração tão grande....como eu queria fazer mais do que gosto, estar com alunos e poder oferecer o mínimo para eles, pois eu sou a pessoa acima - da situação "confortável". Não que eu ache que a gente precise ser super produtivo em casa, ao contrário, acho que cada um vai definir suas metas, prioridades e possibilidades (esta ultima com muito mais ênfase), mas, não dá pra achar que DE REPENTE você vira vocês (no plural), quando o sentimento de coletividade foi se exaurindo junto com os dias de isolamento, e praticamente ninguém fez questão de manter isso. E, DE RE-PEN-TE, todo mundo vira "home worker"!     

Criei expectativas (MUITAS). Tenho esse hábito (ruim acredito) de achar que as pessoas podem fazer e ser cada vez melhores, que elas podem se superar e, que elas podem ser justas consigo e com os outros....ter empatia.... Confirmei: pura ILUSÃO! Uma ilusão que vou carregar a duras penas quando acabar essa quarentena e eu tiver que olhar algumas pessoas nos olhos. O meu exercício de agora - até o dia que sairmos desse isolamento e as coisas forem retomando aos poucos - vai ser o estabelecimento de um mantra diário com as seguintes frases: "você fez o que pôde, fique feliz, a quem ama se desnude e seja franca, aos demais vista sua couraça e deixe pra lá!" 

Mais um dia de pensamentos para desabafar...no entanto, apenas duas postagens em mais de 60 dias de isolamento. Estou me controlando bem.....fica comigo silêncio, que com você eu aprendo a dar conta da gritaria aqui dentro....

Boa noite....

Bjo grande a todos que se dispuseram a ler até o final!!!

Imagem: light.gg


quinta-feira, 30 de abril de 2020

Sutis observações de uma quarentena



Uau....essa semana vou completar aniversário "sem escrever"..... Mas como a quarentena não está fácil pra ninguém e, é importante registrar, vamos às observações desse período. Vou comentar algumas das coisas entre o que considero importante e que vêem marcando esses 43 dias passados em casa.

Primeiro que, no dia em que cheguei no trabalho e me mandaram voltar pra casa, chorei...chorei de desespero, pois não estava acreditando nisso. Me vi parada lá na faixa de areia, esperando um tsunami que demoraria dias para chegar. Aqueles primeiros dias foram doloridos, mas eles durariam apenas 15 - na minha cabeça - e tudo iria passar rapidinho. Nos primeiros dias foram somente eu e as meninas, depois o marido veio - pra ficar - e ficamos um pouco sem saber o que fazer, na expectativa de que ia logo passar. Naquele final de semana já conversei com o Diego que precisaríamos ter coisas para fazer em casa, ter rotina e que precisaríamos cuidar da convivência. Ele comprou tintas para pintarmos partes da casa, eu busquei materiais pedagógicos na minha mãe para ter o que fazer com as meninas e....começamos nossa quarentena!

Acho que uma ga-le-ra criou expectativas do "ficar em casa" que a realidade traduziu de outra forma. Aqui foi exatamente assim!! Eu, por exemplo, iria treinar, terminar um texto de artigo de Ginástica, ler livros, jogar jogos com as meninas e fazer atividades artísticas, estudar meu escasso e iniciante francês, jogar coisas fora, ajudar a pintar, arrumar algumas coisas na casa e aprimorar consideravelmente minha experiência em violão (veja bem, tudo isso era pra duas semanas). TUDO MENTIRA!!! Como que faz TUDO isso com duas crianças em casa? Simples, não faz!  

Acho que 70% do meu dia eu fico dedicada a elas ou à casa, outros 15% a 20% eu durmo e o que sobra é meu (mais ou menos). E isso tem horas que é desesperador! A rotina em quarentena é bem complexa, mas não posso achar o fim do mundo, pois meu empregador continua depositando o meu salário (o que me deixa de certa forma, tranquila), também tenho espaço para nos deslocarmos dentro de casa, material e criatividade (rs). O que é ruim mesmo é não ter tempo pra si, como uma válvula de escape, sabe!? As meninas são crianças ótimas, mas elas estão, como todas as crianças, cansadas. Uma está triste e outra irritada e o nome que vem mais à cabeça delas é "mãe". Me chamam, brigam entre si, ficam emburradas comigo, me pedem desculpas,  querem que eu faça coisas por elas e para elas, e é isso o dia todo. Se tive uns três banhos tranquilos e MEUS nessa quarentena, foi muito. Mas, como eu já mencionei, estamos indo bem, apesar disso. Ninguém apanhou na bunda ainda....kkkk. Devo ter saído do corpo umas 3 ou 4 vezes, mas voltei e a normalidade pairou por aqui. Nada melhor do que a convivência para ativarmos nossos dons e defeitos com mais frequência e de forma mais sensível. Aqui, eu me organizei e, estabeleci rotinas escolares e de atividades com elas já que a escola "entrou de férias"; pesquisei material das faixas etárias e vou sentindo no dia o que dá para fazer; vou mudando aqui e ali e adaptando também. Veja bem, quem faz isso SOU EU! O que eu tenho aqui: uma que é inteligente, dedicada e caprichosa, mas aqui em casa, está preguiçosa, pois não tem outras pessoas para ver o que ela faz. A Alice gosta dessa afago no ego e, mostrar para mim perdeu a graça! Já a outra é muito esperta, mas tudo vem acompanhado de garrancho (kkkk); tem horas que não consigo acreditar no que aprendeu. Ambas vão terminar a quarentena cheia de experiências e, a Laura acho que vai até estar jogando poker....kkk. Jogamos uno, rouba monte e ela se sai super bem; hoje vou ensinar paciência (rsrsrs). Mas elas se cansam também - Alice chora de saudades dos amigos e dos meus pais, Laura se irrita e faz birra; mas tentamos manter a sanidade andando de bicicleta na rua de casa! 

O marido mora fora - trabalha-dorme-trabalha-dorme - e, tem aquele perfil caseiro, de tomar cerveja em casa sem prejuízo, então é fato que é o que está sofrendo menos aqui. Além disso, ele não chama "mãe". Ainda não tivemos grandes divergências, o que infelizmente acontece em muitas casas, estamos nos adaptando constantemente (até com os home offices) e, conseguindo levar! Tem horas que eu sinto que ele veste a camisa do "eu AJUDO minha mulher", aí eu lembro que ele "não me ajuda" ele é morador adulto da casa, assim como eu; a faxina fazemos juntos; normalmente ele faz almoço, mas eu CERTAMENTE, estou ocupada com outra coisa (que é diferente de estar ME ocupando com alguma coisa). Quando parece que ele está "me ajudando" e, que ele tem as "coisas dele" para fazer, nessas horas eu fico PUTA, porque é fato que fico muito mais sobrecarregada que ele o dia todo. Roupas não se lavam sozinhas; nem saem do varal e vão para as gavetas; as atividades das meninas não se criam sozinhas; eu mereço um banho comigo mesma que não tenho; arrumação da casa do dia-a-dia não se faz com mágica, etc etc etc.....O grande dilema da convivência e, o enorme dilema de se nascer com uma vagina!!  

O trabalho! Mas que trabalho? Eu estou em casa e, todos da minha equipe de trabalho estão na casa deles, estamos de quarentena! E, nessa período talvez eu tenha aprendido o real significado do coletivo (ou da falta dele) e, a grande diferença entre chefiar e liderar (O Monge e o Executivo é um bom livro para entender isso!!!). A quarentena afeta a todos e cada um responde a ela de forma diferente - foi o que eu ouvi. E, por meio dessa reflexão que me trouxeram, pude observar quem se aventurou à re-invenção - e, se você foi um destes, parabéns!! Acho que a vida é isso, capacidade de adaptação, de ser inventivo, de experimentar, e aí, minha consciência segue mais tranquila, por aqui estamos buscando. Nesse meio, vi colegas sendo inventivos, vi colegas tentando, vi gente participativa e vi isso por toda a rede social; não só vi, como ouvi colegas. No entanto, tem jogadas que simplesmente precisam partir de determinadas peças num jogo de xadrez, que eu, e muitos outros na posição de peões, não podem fazer. Não posso, inclusive, implorar para fazer. A gente não implora para ajudar, fato! Como diz minha querida psicóloga: ajuda só tem valor quando pedem pra gente! Nessa linha, pedi uma ajuda para minha consciência e ela me disse: SILÊNCIO! Então, o silêncio me ajudou!

As redes sociais cansam! Elas são um meio de aproximação (ou de afastamento) nesse momento, trazem as diferentes visões de mundo com uma rapidez tão grande, que não dá para acompanhar. Eu me utilizei dela (e me utilizo muito), também aprendo com ela. Fiz aulas ao vivo ou gravadas de colegas professores, de pessoas que não conhecia, dei risada, pesquisei fake news, discuti posicionamento político (bem eu...kkk...mas só porque gosto de ver o que algumas pessoas respondem...rsrsrs); mas, também tem o contrário, o afastamento de pessoas que a gente nem imaginava que não faria falta alguma. Eu não consegui expor minha vida ou fazer marketing das pessoas - como muitos fazem - nessa quarentena, a não ser de atividades relacionadas ao trabalho e, um posicionamento aqui ou ali. Acho que a rede social invade tanto a nossa vida que eu não queria ficar "engolida" por ela. Mas, também, já tem tanta gente colocando suas opiniões como verdades expressas por aí, então preferi me poupar sabe. Realmente, as redes sociais, cansam!

Estamos num momento extremamente delicado da saúde global em que, minha maior preocupação por agora é fazer o que for possível para não deixar morrer aqueles que amo. Me preocupo muito com meus pais e, por isso eu os vi com mais "proximidade" por 3x nesses 43 dias, indo visitá-los na varanda da casa deles como sugeriu uma conhecida. Agora eles já não choram mais - talvez tenham entendido - mas eu ainda me preocupo MUITO. Me preocupo em contaminá-los, me preocupo em minhas filhas contaminá-los; por eles e para poder visitá-los na varanda é que estamos fazendo direitinho a quarentena, saindo apenas o necessário e, de máscaras, mesmo que nosso Governo Federal na figura do péssimo presidente diga o contrário. Imagine só que em meio a tudo isso ele decidiu brincar de ser o "dono do jogo". Sabe aquela criança birrenta que leva a bola embora porque não fez gol? Então, ele! Mal governante, pessoa ruim, político irresponsável. É o que temos enquanto covas estão sendo abertas devido ao grande número de mortes. Nossos dados de contaminação e de mortes também são FALSOS, pois são grandes os números de sub-notificações. E, o pior de tudo isso, é saber que tem gente que o empregador está pagando o salário pra FICAR EM CASA e essa pessoa está saçaricando por aí, indo inclusive treinar - porque, sinceramente, não sei quem foi que disse que voltar as academias era serviço essencial, antes do comércio, das escolas - quem? Sou professora de Educação Física, zelo pela qualidade de vida com intervenção especializada do exercício físico, mas frequentar academias???? PQP... Eu tenho pago e vou continuar pagando o box em que treinava (mesmo achando que os treinos a distância deixaram muito a desejar); também pago a moça que me ajudava com a faxina; a professora de música com aulas online (que nem de longe substituem as presenciais, mesmo que ela se esforce) e, farei tudo isso enquanto NÃO TIVER NENHUM PREJUÍZO NO MEU SALÁRIO. Então, me dou o direito de ficar muito brava com quem - repleto de condições financeiras - esteja saindo de casa e indo treinar!

Eu pude aprender muitas coisas nestes 43 dias...MUITAS. E, acho que muitas pessoas aprenderão com esse isolamento todo. Aprendi, especialmente, a dar valor ao meu direito de ir e vir; aprendi que empatia não é uma planta que nasce em todos os jardins com a mesma beleza; que a escuta é extremamente importante e que faço pouco uso dela com as minhas filhas; e, que aquela pessoa super divertida e descolada não passa de alguém extremamente egoísta que cuida do seu umbigo. Acho que a maioria de nós já cansou da rotina do isolamento e, está na ânsia de poder retomar, mas não vamos... Não vamos retomar a vida que deixamos lá trás no dia 16 ou 17/03, não agora, não nos próximos meses. Seguimos agora uma vida diferente e espero apenas que nesse caminho novo todas aquelas pessoas que eu tenho enorme apreço, amor, carinho, que estão tendo o cuidado de se cuidar e de maneira direta e indireta cuidar de muitas outras pessoas, estejam ali comigo.

Boa noite aos pensadores queridos nessa quarentena 
#43

E, por favor, SE VOCÊ PUDER, fique em casa!



Imagens via Facebook "fique em casa"

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