quinta-feira, 23 de março de 2017

Abraçar o mundo X abraçar o "nosso" mundo e, o mal julgamento das pessoas

Descobri recentemente que, há uma grande e larga diferença entre, abraçar o mundo e, abraçar o "nosso" mundo. Acho que muitas vezes já tentei abraçar o mundo e, ainda dar sequência nos dizeres populares - abraçar o mundo e dar tchauzinho. Mas, hoje não, hoje eu abraço, com algum custo, só o "meu" e, abraço apertado, com força!

Sabe, sempre me considerei uma pessoa cheia de 'coisas a fazer'. Criava coisas quando não tinha nada para ser feito. Fora todas as atividades 'normais' que todas as crianças normalmente fazem (ou faziam), eu ainda era atleta; costurei e vendi lacinhos de cabelo na confecção de uma tia; passava horas na casa de outra tia paparicando uma prima (que pasmem, já vai ser mãe!); confeccionei colares, pulseiras e brincos de missangas; construí pipas; escrevi diário (e ainda criei o meu próprio alfabeto de sinais para ninguém saber o que eu tinha escrito); montei quebra-cabeças; ajudei meus pais a silkar camisetas em muitas eleições; distribuí santinhos em residências; escrevi MUITAS cartas; viajei bastante; e, por aí vai....sempre coisando...rs.

Como se não bastasse, já adulta, formada e empregada, eu ainda achava tempo para ter mais um emprego, ou para fazer mais um curso, ou para viajar um pouquinho rapidinho até ali em SP, ou para cursar uma segunda graduação! De 2005 até a Alice nascer em 2013, eu tinha manhãs, tardes e noites preenchidas. As vezes uma folga num período, outra noutro dia, mas sempre cheia de coisas. Fins de semana também....coisa aqui, ali e, nas folgas dava uma voltona de bike em algum lugar, ou visitava o namorado. Porque claro, namorar o vizinho jamais seria suficiente para mim. O namorado (que virou marido) morava numa cidade, a família dele em outra, e a gente viajando!! Então, a agenda vivia cheia e o namorado longe, pra dificultar ou, facilitar, dependendo do ponto de vista....rsrs.

Vida louca vida....

E, por muito tempo abracei coisas! Sabia das minhas coisas e das coisas dos outros e, não esquecia um compromisso. Eu me sentia bem em fazer um monte de coisas e, tentar entender um monte de situações e, estar em um monte de lugares. Mas essas muitas coisas foram sendo substituídas por outras muitas coisas!

Em 2012 mudei e casei...
Em 2013 veio a Alice...
Em 2014 veio a Reforma (já mencionada)...
Em 2015 veio o fim da reforma...
Em 2016 veio a Laura e, na sequência a chuva (que estragou a reforma)...
Em 2017 foi o Di...e vem ainda o fim da re-reforma, etapas finais de um processo seletivo e, próteses mamárias novas...

Cara, mewo, poxa, nossa, nosinhora e todas as palavras possíveis com exclamação na frente....as substituições foram tão grandes e, hoje ainda tenho tanta coisa para fazer, que mal dou conta de apertar os dedinhos lá no final do abraço.

E hoje, abraço somente o "meu" pequeno mundo, o "meu" singelo universo de gentes e coisas. Só que, constantemente as pessoas confundem esse tipo de abraço, com abraçar o mundo e fazem julgamentos indevidos sobre a vidas e situações que nem lhes dizem respeito. 

Imaginem só! Tenho - dentre a minha lista de 'tarefas cotidianas' - duas filhas, uma cachorra, uma casa, um emprego, um marido (esporádico...rs), minha família querida e meus amigos, além das situações aleatórias. Me respondam, sinceramente, como eu ia dar conta de querer abraçar o mundo, se meus braços estão super apertados abraçando "meu próprio" mundo aqui?

Agora, vou dizer onde as pessoas normalmente fazem confusão: eu abraço "meu" mundo, como diria uma colega da empresa, com DEDICAÇÃO. Quando a gente se dedica, geralmente se doa, e, às vezes, cometemos os excessos. Estou cansada, a flor da pele (já mencionado no blog!) e, por vezes quero chorar, mas o "meu" mundo eu vou abraçar direito. Minhas filhas terão toda minha atenção e participação na vida delas; minha casa estará sempre bem cuidada porque eu gosto dela assim; meu marido terá sempre meu apoio, porque ele também me apoia; meus alunos terão sempre o melhor que eu puder oferecer a eles (sem corpo mole); para minha família e amigos estarei sempre disponível quando eu puder ajudar; e a Hannah, bom, pra ela só preciso contratar um personal dog para passeios que fica tudo certo (rs).

Então, esclarecendo que, estou abraçando o "meu" mundo....e, essa é a proposta! Mas, se quiser, aceito uma mãozinha solidária, um bracinho aqui, outro ali....se não, abrace "seu" mundo e seja feliz!!!!

Beijos aos pensadores noturnos dedicados....rs.

sábado, 4 de março de 2017

Mães são anjos e, muitos filhos também!!


Precisava escrever.....

E, a pergunta que dói meu peito há 3 dias é: como se perde alguém?

Acho que como "ganhar", normalmente, a gente sabe. 

Quando um bebê - esperado e desejado - pela sua família vem ao mundo, ele literalmente torna-se um presente. Talvez até por isso as pessoas costumeiramente dizem: quando você vai GANHAR nenê? Independente da gestação, do formato do parto e do comportamento da criança no início, as mães - de cara - enfrentam todas as dificuldades pelo presente que acabam de ganhar e estão levando para casa. E, vamos combinar, gestação, por melhor que ela seja, cansa!! Todas aquelas transformações na vida, no corpo, visitas ao médico, exames, a barriga que nunca mais para de crescer e, isso sem mencionar as pessoas que passam mal ou precisam de repouso, a ansiedade, etc. Realmente uma loucura e, a gente passa. Passa e muitas vezes passa de novo e passa e passa. Acho que o mantra mais conveniente para todas as mães quando engravidam é esse mesmo - vai passar! 

Aí, passa a fase da barriga, passa a fase de dormir pouco, passa a fase do leite exclusivo, passa a fase de o seu filho ser exclusivamente seu, passa a fase da fralda, passa a ir para a escola, passa a ser mais do mundo do que seu e,....as fases vão passando. E, acho que muitas de nós enfrentam todas essas passagens com muito cansaço, mas também com uma alegria que não tem medida, que não cabe no peito, que faz parte do ser mãe. Claro que, não estou generalizando e nem tenho essa pretensão, pois nem todas as mães constroem esse vínculo com a criança, ou desejam, sendo casos de mulheres que têm filhos, mas não são mães PONTO. Mas, vou me focar nas mães que desejam a maternidade. 

Acho que enfrentamos com tanta força tantas situações que, nem nos damos conta do tamanho da nossa força. A gente se desdobra tanto para ver sorrisos, para curar choros, para juntar e separar tantas vontades na mesma casa, na mesma sala de tv ou de jantar que, sem perceber, muitas vezes, estamos fazendo as mesmas coisas que nossas mães faziam pra nós e, que as mães delas (nossas avós) faziam para elas e, por aí vai na ancestralidade de nossas famílias. 

Mãe tem esse dom....de ser pilar, de ser o porto seguro, de ser a diretora dos filmes de nossas vidas. 

Mas e, quando a gente perde! E, quando uma mãe perde um filho? Caramba, eu nem consigo me imaginar diante de uma situação dessa, por isso estou me doendo tanto. Quando a gente fica sabendo de morte, SEMPRE É DESAGRADÁVEL. Na hora pensamos em que fica, na família que fica com a dor. Não somos preparados para perder, NINGUÉM! Já perdi pessoas, inclusive que amava muito, e nunca foi fácil, mas um filho, parece contra a regra natural de existência e, nesse sentido, infinitamente mais doloroso. 

Recentemente uma conhecida perdeu o bebe logo após o parto (sem motivo aparente). Pensei muito nessa mãe voltando para casa sem sua tão esperada filha. Há uns dias fiquei sabendo de outra mãezinha que perdeu sua filhinha ainda dentro do útero, também sem motivo aparente. Chorei!! A impressão que me dá é que aquele pilar central da casa estremece, se abala, a ponto de quase cair.

A mãe se prepara muito para abraçar, cuidar, dar amor e carinho e, de repente, isso lhe é tirado com tanta força que eu não consigo mensurar a dor delas. Queria eu, poder abraça-las e tentar amenizar a dor de ambas, mas isso não é possível, somente o tempo poderá fazer isso por elas. De qualquer forma, acho que temos missões a serem cumpridas em nosso plano na terra e, passamos por situações difíceis, umas pessoas mais outras menos, justamente porque nossos planos são diferentes entre si. Essas mamães e suas filhinhas tinham seus planos e, uma coisa eu tenho certeza absoluta....as duas foram muito amadas desde que as mamães receberam as notícias de suas gestações. Aquele amor que não se mede e que não cabe na gente, começa, mesmo que a gente não sinta com tanta força, quando lemos: POSITIVO!

Nunca vai haver uma forma de se perder alguém sem sentir dor. O ser humano não foi preparado para perder aqueles que ama. As adaptações serão diferentes, a assimilação cotidiana também e, cada pessoa vai entender a perda de uma forma. Em algum momento o luto vira saudade, lembrança...e vai doer um pouquinho menos. Mas, que o "papai do céu" podia inventar um jeito de não fazer as mamães perderem tão repentinamente seus filhinhos....ahhh isso podia viu!!?? Desejo a todas as mães que, infelizmente, passaram por isso, um grande abraço solidário e, apesar de nunca chegar nem perto de entender a dor de vocês, compartilho um pouquinho dela.

Um grande abraço aos pensadores desta noite e, especialmente para as mamães! 

Beijo.

quinta-feira, 2 de março de 2017

Das intensidades e "impermanências" da vida

Saiba aproveitar, antes que não possa mais!!

Já aviso, pensei e senti coisa demais num texto só!!!

Das intensidades que a vida me proporciona, e, olha que são muitas, tem umas que sinto muito mais que outras...e olha que estou me referindo apenas às intensidades!! Também tenho um amigo que usa o termo "impermanência" e, claro, ele entende, tenho certeza absoluta, esse termo de uma forma totalmente diferente de mim. Se eu juntar intensidade com impermanência, é o que está tendo ultimamente. Tudo muito profundo e mudando num estalar de dedos. Não aproveita uma situação direito e ja vem novidade!! Sem mencionar dor - essa que tem sido uma das permanências dos meus dias - eu tenho sentido com tanta frequência, mas diante de tantas coisas, ela vai ficando de lado, esqjecida, tão sutil e suportável que passa batido as vezes (porque tem que.....).

Esses dias, pensando em tudo o que tem acontecido e, conversando com uma pessoa que eu conhecia (e ainda conheço) somente de vista, pela primeira vez, num lugar qualquer, concluímos que, as pessoas não sabem nada de nossas vidas (apesar de elas acharem que sim!). É engraçado notar isso, pois a gente sabe - daquelas pessoas que conhecemos pouco - o que contam pra gente, o que ouvimos por aí e, o que vemos nas redes sociais. E, de fato isso faz com que as conclusões nos pareçam verdades. Nossa, e como tem gente por aí achando que por aqui está tudo as mil maravilhas!!

Bom, aqui não "deu ruim", e, estamos longe disso. Também não está às mil maravilhas. Como eu mencionei na postagem anterior - universo conspirando no meio!! Está ok assim, vamos errar, bater as cabeças até que seja possível dar um tapinha nas costas e dizer, que bom que não houve arrependimento e, que valeu a pena!

Mas sabe o que não vale a pena? Não vale a pena dividir com os outros o que não é dos outros!! Outros no sentido literal do termo. E, de OUTROS nossa vida está cheia (percebam!!). Tem que dividir com quem está a fim de ouvir, dar apoio e participar - das partes boas e das ruins também. Porque fazer festa é fácil, difícil é enfrentar problema junto, enfrentar a vida, enfrentar as realidades.... Para quem está junto, eu tenho dentro do meu coração, que são anjos que o destino nos reserva e, (percebam de novo) estes são bem poucos. Aqui, conto nos dedos!!

Por aqui os dias têm exigido bastante de mim...e, as noites também, rs. Tem dias que os aspectos físicos, intelectuais e emocionais do meu ser esgotam de tal forma que, somente mais esforços para eu parar em pé. Por vezes, esses esforços estão além daquilo que acho que consigo realizar (eu já mencionei antes!). Penso que, individualmente o esforço tem que suprir as expectativas e, tenho seguido nessa linha. Com um casal acredito que os esforços têm que ser mútuos, e, temos tentado! Numa família tem que acontecer como uma rede e, agradeço a rede de esforços local para que tudo funcione, minimamente bem.....e, por aí vai. E, acho que olhar para o próprio umbigo, nunca será esforço algum (geralmente quem faz isso, ou não chega muito longe, ou vai longe no pêlo do "s@c*" de alguém!). Também, independente dos meus esforços, serei cobrada pelas minhas falhas e, isso é sempre massante. Mas, tenho que partir de algum lugar, tenho que tentar sempre o auto reconhecimento. E, aqui, somos (ele e eu) especialmente capazes, organizados, sonhadores e vislumbramos tudo isso para chegar até aqui.

E, sabe o que mais eu acho hoje? Que a vida é assim mesmo, intensa, impermanente, mas só para quem vive aquilo que acredita e, se arrisca a viver corretamente - já que ser louco e errado hoje é mais que normal (e não devia!!). A minha vida, que muita gente desconhece e, acha que sabe muito, tem altos, baixos, apertos, trancos, barrancos e também, brisa, ar fresco, calmaria, reflexão, carinho..... Graças a essa montanha russa, por incrível que pareça, consigo ter mais discernimento! São nessas horas que conheço, reconheço e enxero quem é, quem é mais ou menos, quem não é e quem nunca será! E, tenho o péssimo hábito (ou dom, depende do ponto de vista, rsrs - sarcástica!) de retirar do meu caminho, do meu coração, as situações e as pessoas que me desagradam. Tenho feito isso com as dificuldades, com as depressões, com a saudade (quando ela é ruim comigo) e, faço sem problema com as pessoas. 

Hoje, eu sei do que e de quem eu preciso; sei com o que e, com quem posso contar, pra onde e de que forma quero tentar chegar......o que vem e vai, que está além disso, ou é lucro ou é resto. E, resto aqui, não jogo nem pra Hannah!!

Beijos aos pensadores de plantão e, guardem essa frase: "Escolher é divino"!!

Boa noite!!


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