quarta-feira, 19 de maio de 2021

Era uma vez uma formiga.....

Começo dizendo que eu precisava escrever....

Era uma vez uma formiga. Essa formiga gostava muito de uma joaninha. Na verdade a formiga se espelhava na joaninha e queria seguir seus passos. A formiga queria ser igual a joaninha quando crescesse. Algumas pessoas até diziam pra formiga que ela tinha alguns aspectos semelhantes à joaninha e, isso a deixava orgulhosa! O detalhe é que a joaninha, para além da sua competência, tinha um gênio bem difícil, era mandona, teimosa e por vezes arrogante. Assim, também era a formiga, cheia de mandar e ser arrogante. Cada qual com sua peculiaridade, ambas eram imaturas e tinham nesse modelo de soberba um "modus operandi" de tratar os outros. 

A formiga via na joaninha um jeito impetuoso de ser, uma audácia em resolver as coisas e gostava até da arrogância da joaninha. A formiga achava que a joaninha levava sua vida de forma sensacional, brilhante...e, a rainha na barriga dela era um mero detalhe. 

A formiga nunca teve inveja, ao contrário, sempre admirou, até os defeitos, e queria ter o mesmo potencial da joaninha. Então a formiga, que já era bastante dedicada, se empenhou, empenhou e empenhou para um dia chegar a ser como a joaninha. Tentava, tentava, mas não conseguia "subir". Ela via a joaninha lá em cima e queria estar lá também. A joaninha às vezes até fazia um agrado à formiga, afinal joaninha sempre soube dessa admiração da formiga. Joaninha até dava trela, até chegou a participar da vida da formiga e deixou a formiga participar também da sua vida, mas claro, de forma bem superficial. A formiga, ingenua coitada, não percebia essa superficialidade, não notava que a "amizade" seguia em via de mão única. 

Vida vai, vem, segue....e a formiga começou a se distanciar da joaninha...pelos próprios rumos dos caminhos que cada uma escolheu e trilhou. E, a formiga começou a ver a situação da joaninha mais de longe e, começou a ver por outros ângulos, também com outros olhos. Formiga então percebeu - não queria acreditar - mas, pode constatar que só ela era amiga da joaninha, enquanto a joaninha era no máximo sua colega. E, acredite, foi dolorido para a formiga aceitar isso!

Formiga sempre procurava joaninha. Até quando joaninha passou por questões bastante significativas e preferiu se recolher, formiga tentou oferecer a mão. Formiga insistia que joaninha tinha potencial e conseguiria seguir em frente. E, joaninha até que aceitou a mão da formiga, mas por pouco tempo, e porque foi conveniente (infelizmente). Formiga sabia disso...sabia que era conveniente e não exitou em ajudar joaninha. aí, quando não precisou mais, joaninha largou mão. 

A formiga insistiu ainda em manter contato com a joaninha, querendo saber como esta ia levando a vida. Mas a resposta era sempre igual! A formiga começou a perceber que para algumas pessoas a joaninha estava bem e pra ela nunca estava. Mas, a essa altura a formiga já não sabia para quem a joaninha estava contando a verdade, já que sua vida se tornou um jogo e a formiga era só mais uma peça. Formiga chorava em silêncio! 

Um dia enfim, joaninha deu a deixa "não posso ser para você formiga, o que você quer que eu seja!".....A formiga queria que joaninha fosse sua amiga, uma verdadeira amiga, mas a joaninha não podia, talvez não soubesse como.... Por sorte a formiga, que tem outros insetos (excelentes) a sua volta, se permitiu ficar um tempo chateada, chorar e seguir a vida. Seguiu em silêncio e deixando a joaninha de lado. Afinal, não dava pra formiga obrigar a joaninha a gostar dela e ter afeto por ela na mesma proporção. Hoje a formiga se incomoda bem menos, quase nada. O grau de importância que a joaninha tem para a formiga parece que está, agora, equivalente ao que a formiga tem para a joaninha. Foi um processo....e ainda é!

A formiga as vezes se pergunta porque joaninha não conseguiu ser amiga dela. "Será que eu forcei a barra?"; "Fui sincera demais?"; "Criei expectativas demais?"; "Não fui amiga o suficiente?"....muitas perguntas. E a formiga sabe que não terá respostas. Até porque a joaninha não é boba nem nada e sabe que já pisou na bola com a formiga. No entanto, o orgulho da joaninha (ou será a vergonha?), não permite que ela se abra com a formiga, peça desculpas e seja sincera num papo bem franco. 

Pelos rumos da vida e pelos esforços da formiga em esquecer, logo a joaninha será tão indiferente na vida da formiga quanto a formiga é na vida da joaninha. E, vida que segue. Formiga já não vê graça alguma e, não tem o menor interesse em ser como a joaninha. A vida mostrou que não é legal ser outra pessoa! Hoje, muito mais madura, a formiga entende que precisa ser ela mesma e se dedicar ao insetos ao seu redor, que gostam dela, ou que precisam dela, ou que a amam exatamente pelo que ela é. Precisa valorizar-se e sentir orgulho da formiga que se tornou e, sem joaninha. Precisa entender que formiga alguma na face da terra perde joaninha que nunca teve. E, acima de tudo, precisa ser feliz!

Seria uma história fofinha e com algumas "morais da história" não fosse pelo fato de eu ser a formiga e contar - unica e exclusivamente - sob o meu ponto de vista. 😉

Essa história vem de encontro ao momento bastante triste que estou passando. Tenho pesado o que realmente importa e a prioridade do momento. Eu abdiquei do L* no passado, exatamente porque ele(s) não me dava a menor abertura e importância. Me questionei recentemente se já não estava na hora de abdicar de outras pessoas, pois elas ocupam um espaço enorme na minha vida....espaço que eu poderia conceder a outroas pessoas mais bacanas. Fiz antes, deu certo, e não fosse pelo destino, ainda estaria funcionando. Hoje completa dois meses. Dois meses de um universo de questionamentos que se instaurou. Dois meses de angustia, oscilaçoes, dúvidas e o gasto de muita energia. Então seguindo o plano, é hora de liberar espaço últil!! 

Joaninha, de qualquer forma, meu carinho não ocupa espaço em meio peito....tô por aqui se um dia precisar ou se quiser tomar um café! 

Aos leitores de plantão, com ou sem amigos insetos....rs.... 

Boa noite!!



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